Após comprar o novo cd do engenheiros parei pra pensar porque algumas bandas são tão duradouras. Salvo exceções, dificilmente você encontra um grande “hit” dessas bandas. Daqueles que você ouve dez vezes seguidas e depois de uma hora ouve mais dez. Essas músicas são esquecidas com a mesma intensidade de que são lembradas. Quanto mais você consome alguma coisa vorazmente mais rápido sua vontade é consumida. Aí entra aquela questão da falta de equilíbrio, onde tudo que é muito intenso torna-se passageiro (mas isso já é tema pra outro texto). Voltando à música, a minha primeira impressão do cd foi de que ele não tem nenhum “hit” apesar de possuir alguns clássicos. Ao mesmo tempo em que nenhuma das músicas causa aquela sensação de “euforia”, também não deixam a desejar. E isso faz com que o desejo de ouvir novamente se renove de uma forma natural. Talvez esse seja o principal fator que separa bandas de momento e bandas atemporais.
Outra questão interessante é a que envolve “o teatro mágico”. O fato de não ser uma banda muito conhecida parece despertar um sentimento de posse dos fãs. A medida que ela conquista novos espectadores acaba perdendo outros exatamente por esse motivo (assim o paradoxo está formado). Acredito que o desejo do Fernando seja de levar a sua música para o maior número de pessoas possíveis e estas terem a oportunidade de se sentirem parte do espetáculo. Pra mim, raros são aqueles que se destacam na multidão. Que vêem no crescimento do número de fãs a possibilidade de se tornarem mais raros ainda. Como o próprio Anitelli diz “a idéia não é ser um em um milhão e sim um milhão em um”.
Outra questão interessante é a que envolve “o teatro mágico”. O fato de não ser uma banda muito conhecida parece despertar um sentimento de posse dos fãs. A medida que ela conquista novos espectadores acaba perdendo outros exatamente por esse motivo (assim o paradoxo está formado). Acredito que o desejo do Fernando seja de levar a sua música para o maior número de pessoas possíveis e estas terem a oportunidade de se sentirem parte do espetáculo. Pra mim, raros são aqueles que se destacam na multidão. Que vêem no crescimento do número de fãs a possibilidade de se tornarem mais raros ainda. Como o próprio Anitelli diz “a idéia não é ser um em um milhão e sim um milhão em um”.
Comentários
Mas Teatro é criativo! Isso não posso negar!
FAloww Leo!
Algumas músicas 'engenheiras' são pra mim muito especiais. Já as 'teatrais' me remetem momentos bonitos.
Não sei muito dizer sobre o gostar, mas sei q sou a favor da arte feita pela própria arte.
Me fez lembrar (de novo!) o significado q Guimarães Rosa deu à palavra 'sertão':
SER-TÃO.
acho q é isso...
a gente ser mais TÃO q o costume.
beijo!
O blog tá ficando muito legal!
Esse paradoxo que você falou me lembrou uma entrevista com um dos caras do Metallica na MTV (quando a MTV ainda exibia 'clipes'). Ele dizia que muitos fãs deixaram de gostar da banda porque queriam que ela sempre fosse sua bandinahd e garagem que só eles conheciam e curtiam. Quando muitas pessoas passaram a conhecer a banda, eles perderam o interesse nela.
Abração.