Finalmente tinha conseguido! Em uma galeria antiga, num prédio antigo do antiquado bairro da República lá estava ela: a Moranguinho. Como sensação da década de 80 ela não poderia estar em um lugar mais apropriado. Não sei porque a Mari gostava tanto dessa boneca se o seu único atrativo era o cheiro da fruta que levava em seu nome. Questionamentos a parte fiz a compra pagando um valor digno de umas cinco feiras com todas as frutas no carrinho. Apesar do preço, confesso ter sentido um certo orgulho, pois encontrar uma moranguinho atualmente é como achar uma agulha no meio de ipods, pen-drives e celulares de última geração. Estava ansioso para revelar a surpresa. Cheguei na casa da Mari e quando ela abriu a porta foi como se a boneca tivesse ido lhe visitar e não eu. Ela pouco se importou com a minha presença e seus olhos de jaboticaba brilharam ao ver aquele pequeno pedaço de morango. Logo que a teve em suas mãos, eu esperava vê-la acariciar seus cabelos crespos ou apertar sua barriguinha na esperança de ouvir um "quack" ou algo do genêro como resposta. Mas não, a Mari é expert em moraguinhos, uvinhas e afins, e sua primeira atitude foi cheirar a boneca. Nesse momento, meu mérito por ter encontrado a relíquia foi subitamente inalado pelos seus pequenos canais nasais. Sua reação foi contundente:
- Mas não tem cheiro de morango!!!
- É Mari, ela é uma boneca da década de 80, alguns anos se passaram.. mas a gente pode chamar ela de mofinho, o que você acha?
Comentários
além de proporcionar uma literatura intensa, verdadeira e conceitual - cativa e muito com o bom gosto. Escreves plenamente!
Gostei do blog como um todo, sério mesmo!
virei sempre e seguirei, espero que curta meu espaço, daí podemos firmar contato, abs
Se quiser, seja meu seguidor lá, um abraço!
Obrigada pelos comentários, Léo! Gosto muito do que você escreve.
p.s.: coincidências são válidas, não é mesmo?
ah, já te adicionei no msn, sim!
Beijos :*